Nélson Évora campeão do mundo do triplo salto
Nélson Évora campeão do mundo do triplo salto com novo recorde nacional (Portugal)
O atleta português (de origem cabo-verdiana) Nélson Évora sagrou-se hoje campeão do mundo no triplo salto, nos Campeonatos do Mundo de Osaca, no Japão.
Com um salto de 17,74 metros no terceiro ensaio, Évora, 23 anos, ultrapassou o brasileiro Jadel Gregorio (17,59 metros) e o norte-americano Walter Davis (17,33 metros), antigo detentor do título.
Com esta marca, Nélson Évora bateu o recorde nacional da modalidade, acrescentando 23 centímetros à sua antiga melhor marca.
Depois de ter saltado para a liderança do concurso logo na primeira tentativa, com 17,44 metros, Évora fez um salto nulo, antes de chegar ao ensaio que lhe deu a medalha de ouro nos campeonatos. Com a liderança assegurada, o atleta português abdicou do quarto salto, fez um nulo na quinta tentativa e, já com o título mundial conquistado, fez mais um excelente último salto, com 17,39 metros (quarto melhor do concurso).
Esta foi a segunda melhor marca mundial da temporada, atrás do brasileiro Jadel Gregório (17,90 metros), que ficou em segundo lugar.
O anterior recorde nacional de Nélson Évora (17,51) datava de 21 de Julho deste ano e tinha sido alcançado em Madrid.
Nascido na Costa do Marfim a 20 de Abril de 1984, filho de cabo-verdianos, Nelson Évora veio viver para Portugal aos seis anos de idade e começou logo a ser notado nos escalões jovens do atletismo. Em 1999, aos 15 anos, já saltava 14,35m no triplo; progrediu de forma sensível nos anos imediatos e, em 2002, esteve presente nos Mundiais de juniores, não se apurando para a final no comprimento e acabando sexto no triplo, esta já uma classificação promissora.
No seu último ano como júnior, em 2003, sagra-se campeão europeu tanto no comprimento como no triplo, reeditando de forma ampliada o feito do barreirista Carlos Silva anos antes, ao tornar-se pioneiro a vencer por Portugal fora do sector do meio fundo e fundo. Os seus recordes pessoais chegaram, nesse ano, a 7,83m e 16,43m no triplo e bastante se especulou sobre qual seria a melhor disciplina para se focalizar no futuro. No ano olímpico imediato esteve em Atenas no triplo salto, mas não se conseguiu qualificar para a final. Tinha, no início do ano, progredido largamente, com 16,85m em pista coberta em Moscovo, mas uma lesão subsequente dissipou-lhe boa parte da temporada ao ar livre.
Foi ganhar experiência para 2005, quando obteve mínimos para os que seriam os primeiros Mundiais absolutos, em Helsínquia. Também não pôde passar da qualificação do triplo, mas bem mais acima, com o 14.º melhor salto contra o 40.º lugar na capital grega. Aproximou-se dos 17 metros (16,89m) e precisou a sua opção preferencial pelo triplo, tomada em acordo com o seu técnico João Ganço, um antigo saltador em altura de classe nacional.
Em 2006 bateu pela primeira vez a barreira dos 17 metros, com 17,19m em pista coberta em Janeiro, em Moscovo, e o segundo máximo nacional da época fê-lo na qualificação dos Europeus de Gotemburgo, o que significou um salto em frente qualitativo face às qualificações anteriores nos maiores eventos. Na final seria quarto, com 17,07m, atrás do sueco Olosson, do britânico Douglas e do romeno Oprea.
Já em 2007 foi quinto nos Europeus de Birmingham em pista coberta e, na entrada para a temporada de ar livre, rapidamente entrou numa rota de progresso. Competiu na Liga Dourada em Oslo, Paris e Roma, e na segunda daquelas provas, a 6 de Julho, melhorou o seu recorde nacional para 17,28m.
De permeio, a 24 de Junho, tinha feito 17,35m com vento um pouco acima do limite na Taça da Europa de Milão e nessa ocasião também bateu no comprimento, com um recorde pessoal de 8,10m, o campeão europeu dessa disciplina, o italiano Andrew Howe, confirmando-se como um dos melhores de sempre na soma das duas especialidades. Antes, na terceira ronda da Liga Dourada, em Roma, esteve pior (16,52m) de resto como todos os outros, mas em Madrid encontrou as condições ideais para os 17,51m do novo máximo. Recorde que hoje caiu em Osaca, onde Nelson Évora atingiu o ponto mais alto da sua carreira: saltou 17,74m e conquistou a medalha de ouro.
Luís Lopes
Fonte: AIPA
Segunda-Feira, dia 27 de Agosto de 2007
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