Festival Sintra Misty – 17 Out
17h00 – Auditório Jorge Sampaio
Mayra Andrade
Pela primeira vez em Portugal com uma formação de Trio num concerto acústico.
Pais de Cabo Verde, certidão de nascimento de Cuba, aplausos e prémios em Inglaterra, França ou Alemanha, gravações no Brasil, amor de Portugal: Mayra Andrade é uma cidadã do mundo, uma extraordinária cantora cuja carreira, ainda no início, é já um caso sério. A estreia aconteceu com «Navega», em 2006, disco que espantou o mundo e que lhe colocou nos ombros a responsabilidade de uma herança do melhor que a canção cabo-verdiana tem para oferecer ao mundo. Já em 2009, «Storia, Storia» elevou ainda mais a fasquia. A BBC já lhe tinha atribuído a distinção que reserva aos novos talentos e com o novo álbum, Mayra provou ser merecedora de todos os elogios.
Em palco, a magia que se pressente nos discos torna-se ainda mais evidente – beleza profunda que tem eco numa voz que, de facto, carrega mil histórias e que se sabe rodear dos melhores músicos. E Mayra escreve também, no seu crioulo natal que se vai espalhando pelo mundo, mas canta em francês e estabelece cumplicidades com músicos que vão da Guiné ao Brasil, sempre com a aposta na mais alta qualidade.
O que assegura um espectáculo de impressionante qualidade.
Em 2009, a crítica musical alemã voltou a render-se e deu-lhe o seu prémio máximo. Mayra vê tudo isto como uma mestiçagem natural, um abraço transatlântico. Portugal, abraça-a de volta.
Hindi Zahra
Hindi Zahra é um daqueles talentos que de tão raros se tornam imediatamente notórios. E para que se repare nela só é necessário ouvi-la: voz de lamento ou celebração, singular no timbre e na respiração, sabedora nas histórias que conta e nas mensagens que transmite. Hindi Zahra, pode-se dizer, não escolheu a música, antes foi escolhida por ela. Nascida no seio de uma família berbere em Marrocos, pai militar e mãe actriz e cantora, Hindi Zahra, agora com 30 anos, sempre teve família envolvida na música – nomeadamente tios que faziam parte da cena psicadélica de Marrocos. As coordenadas musicais em casa tanto significavam que se ouviam as divas egípcias como Oum Khalsoum, como os blues de Ali Farka Touré ou a folk de Ismael Lo.
Já em paris, ao lado do seu pai, descobriu a arte no Louvre e como as emoções se podem traduzir em obras. Seguiu-se a tradição musical americana, de Aretha Franklin a 2 Pac. Em 2005 a música começou a ganhar mais peso, altura em que as canções pareciam brotar de si a uma velocidade estonteante. Sem que ninguém lhe tivesse explicado como fazer música. Dessa colheita vieram canções como «Oursoul» e «Beautiful Tango». Abrem o seu primeiro trabalho, apropriadamente entitulado «Handmade», porque há de facto uma qualidade artesanal em tudo o que Hindi Zahra faz, uma qualidade que a distingue da maior parte da música pré-fabricada de acordo com as exigências do mercado que domina a actualidade.
A revista Wire reconheceu essa qualidade em «Beautiful Tango», por exemplo, apontando-lhe uma linha directa a Billie Holiday.
Na sua página MySpace, Hindi nomeia referências como a Safari Club Orchestra, Serge Gansbourg, Ali Farka Touré, Ella Fitzgerald, Tina Turner, Oumou Sangaré ou Stevie Wonder, entre vários outros, sinal claro de que bebeu de muitas fontes diferentes para criar o seu próprio sabor: «Touareg crazy free spirit» avança ela. Um talento que importa descobrir urgentemente, dizemos nós.
Classificação Etária:> 6 anos
Preços:
1ª Plateia: 25,00 euros
2ª Plateia: 20,00 euros
Balcão: 15,00 euros
Galerias: 12,50 euros
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