» Exibição Hoje 29 Jun. 23h
» Espaço Bleza
» Largo Conde Barão
» Info: 917350549
Circuito obrigatório para o meio artístico português, o BLeza encontrou a sua génese em Tito Paris e outros nomes da música cabo-verdiana, e difundiu, por muitos anos, uma cultura africana própria.
Há muitos anos que a música habita o Palácio Almada Carvalhais. No início dos anos oitenta, e sob a tutela da Casa Pia, eram os bailes e as noites de fado vadio que ecoavam para o Largo Conde Barão. Depois, vieram “as Noites Longas” e o “Baile”, e com estas discotecas, a criação de um dos mais carismáticos espaços da capital. Circuito obrigatório para o meio artístico nacional, o BLeza encontrou a sua génese em Tito Paris e outros nomes da música cabo-verdiana, e difundiu, por muitos anos, uma cultura africana própria.
Em Novembro de 2005 um jornal anuncia, para breve, o fim do BLeza. Para nós, esta foi a declaração da urgência de registar toda a riqueza do espaço mais multicultural e multi-étnico da noite portuguesa. Foi uma luta contra o tempo que estipulava seis semanas de vida, mas foi toda uma vida que se gravou entre testemunhos, vivências e atmosferas.
Este é o registo, cantado a várias vozes, de um espaço de lazer que ganhou novas dimensões sociais, ao eliminar as fronteiras culturais para recriar novas expressões artísticas. Aqui, os africanos recordavam, enquanto davam a sua cultura.
O documentário ganhou corpo, junto com o grupo de artistas que se reuniam para proclamar a vida do BLeza. Esta foi, também, a nossa história, a narrativa feita dos muitos intelectuais que se uniram a nós para retratar a história e importância cultural das noites do Conde Barão. Mesmo com a limitação de meios económicos e técnicos, foi este sentimento que tornou este documentário tão rico e único, mesmo que passado um ano, a força destas vozes o tenha impedido de morrer. E porque o BLeza vive, esse é o seu retrato neste documentário: O de um espaço lúdico, com uma história riquíssima. O de um palácio de culturas, que de forma espontânea une tão facilmente as músicas aos corpos, como as diferentes expressões nacionais.
OS AUTORES
Rui Lopes da Silva, realizador: Formado em Audiovisuais no IADE, inicia no mesmo ano de 1992 a actividade de operador de câmara na Duvideo. Em 1996 inicia-se na realização de vídeos institucionais, telediscos e spots publicitários. Após colaborações diversas, em 2002 realiza os documentários “Lisboa nos Cantares Cabo-verdianos” e “Futuro”. No percurso continuam os documentários, nos quais se destacam “Olhar Estudantil” e “Percurso de Cabo Verde” de Guenny Pires. Desde 2003 é responsável pelo Departamento Audiovisual do Instituto Piaget.
Victor Pires, produtor: Depois de concluir o secundário em Cabo-Verde vem para Lisboa frequentar o curso de Animação Sócio-Cultural, vertente Produção. Em 1995 regressa a Cabo Verde, onde exerce as actividades de galerista, produtor e animador sócio-cultural. É ainda neste período, em 1996 e 97 que participa como assistente de realização nos filmes “O Testamento de Senhor Napumoceno”, de Francisco Manso, e “Fintar o Destino”, de Fernando Vendrell. Em 1998, como produtor, integra a comitiva cabo-verdiana da Expo98, sendo então convidado a trabalhar como responsável pelo Arquivo da Produtora Duvideo, cargo que ocupa até hoje. Paralelamente tem colaborado em projectos documentais e audiovisuais.
(Brevemente teremos aqui um trailer deste documentário)
Contacto: Vitor Pires: piresvic@gmail.com
Editado: Domingo 1 Jun. 00:36
Fomos assistir ao documentário e darmos um forte abraço aos nossos amigos, Rui e Vitor.
Apesar de termos participado no projecto, posso vos garantir que a nossa opinião é isenta, o documentário é mesmo bom, foi feito com muito amor e tempo (acho que levaram uns dois anos a concluirem o projecto, por falta de meios).
Tem a opinião de muitos músicos conhecidos desde Rui Veloso, Jorge Palma, Tito Paris, Filipa Pais, Titina Rodrigues, Celina Pereira, João Gil, Costa Neto, Nancy Vieira, entre outros. Todos falavam da liberdade musical e do encontro de culturas, aliás a Celina disse que o Bleza era as “nações unidas”, bonito.
Apareceu tanta gente, que foi praticamente impossível fazermos algum trabalho de captura; tanto de video como fotográfica, ainda liguei a máquina mas captei muito pouco.
JM
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