Moradores mostram outra Cova da Moura
“Cova da Moura, Aqui é o Meu Bairro”. Durante três meses, 15 jovens da Cova da Moura levaram uma câmara para casa para filmar o dia-a-dia do bairro. O resultado, seis minidocuméntários que mostram um olhar diferente sobre esta comunidade, foi apresentado ontem por Catarina Furtado (04/05/08)
Bom dia!, diz Bebucho aos que todas as manhãs saem da Cova da Moura para ganhar a vida. Ainda não começou a clarear, mas a jornada começa cedo, por volta das cinco, seis da manhã e Bebucho quis mostrar que a Cova da Moura é igual aos outros bairros: “Há pessoas honestas e trabalhadoras que saem de manhã para trabalhar.” O servente, de 23 anos, fez o workshop da produtora Até ao Fim do Mundo porque “teve um tempo parado”. As aulas começaram em Outubro e duraram três meses. Quinze chegaram ao fim com um documentário para mostrar, um filme sobre a comunidade, que tiveram oportunidade de mostrar ontem ao bairro, com o bónus de terem Catarina Furtado como anfitriã do evento.
Vestida de gala, “porque um evento na Cova da Moura é igual a um espectáculo noutro sítio qualquer”, num palco montado no meio do bairro, a apresentadora entrevistou os realizadores, introduziu os documentários, dançou com um dos jovens autores e encantou a dona Juvita, que ia preparando cachupa numa mesa por perto. “Um programa destes tem a capacidade de intervir na sociedade. É de facto serviço público quando se mostra o que de bom aqui se faz, sem tentar branquear o que há de mau”, diz a apresentadora da RTP, que faz questão de salientar que toda a equipa foi muito bem tratada e que foram as próprias pessoas da Cova da Moura a tratar da segurança do evento. Mas o que é importante, conclui, é a mensagem dos documentários: “Positiva, importante para desmistificar ideias feitas.”
Os documentários são o resultado de um workshop de televisão, onde lhes foi ensinado como fazer reportagens e como filmar. Depois, era com eles: escolher o tema, filmar, fazer as entrevistas. Armados com uma câmara saíram para a rua para tentar mostrar outras facetas da Cova da Moura. No documentário de Bebucho nem sequer há muitas palavras além do bom dia que oferece aos que saem apressados, mas a mensagem passa.
Stef, Strike e KDG estão habituados a fazer passar a mensagem através do hip-hop. Em português ou em crioulo, estes MC (mestre-de-cerimónias) da Cova da Moura usam a música para falar do que se passa no bairro. Já chegaram tarde ao workshop, porque todos têm empregos e era difícil cumprir os horários, mas o tema foi óbvio desde o início: o hip-hop é música de intervenção e em Kova Hop(e) é também a voz da esperança.
De esperança falam também o Bino, o Jackson e o Luís. Em De cabeça erguida entrevistaram vizinhos que passaram pela prisão e conseguiram refazer a vida. Os três sabem, porque são muitos os casos que conhecem na comunidade, como é difícil recomeçar. “Foi fácil falar com eles porque são nossos amigos de infância, havia confiança para falar de experiências difíceis”, dizem.
O Gui, o Mauro e o Wilson abandonaram a escola cedo e não querem que os mais novos cometam o mesmo erro. O documentário que fizeram é sobretudo um aviso: Não larguem a escola! “As ruas chamam-nos”, reconhece Gui, que deixou as aulas depois do 9.º ano, mas “a escola é um investimento, às vezes o único que os nossos pais podem fazer”, diz. “Não quero que os meus filhos andem à toa na rua”, completa Wilson.
Jailson, Heidir e Ginga aproveitam para falar do que falta no bairro. Com cinco equipas de futebol federadas não há um único ringue com condições para fazer jogos em casa. Em Bola Ku Nós, os jogadores fazem as suas reivindicações. A principal reivindicação de Paula Silva e Lena Amaral é respeito. As duas irmãs foram as únicas raparigas a concluir o workshop e escolheram um tema que, dizem, afecta muito todos os habitantes: a relação com a polícia. Entrevistaram moradores e polícias e tentaram dar Outra Visão. Paula gostava de continuar a fazer documentários até que as coisas mudassem na Cova da Moura.
Produtora prepara Série de Ficção no Bairro
A iniciativade realizar um workshop de televisão na Cova da Moura partiu da produtora Até ao Fim do Mundo, em parceria com a Associação Cultural Moinho da Juventude. O objectivo era conhecer o bairro, considerado um dos mais problemáticos da região de Lisboa, através do olhar de quem lá mora. O projecto chamou a atenção de José Fragoso director de programas da RTP, que achou que fazia todo o sentido apresentar os documentários num espectáculo no bairro. O programa gravado ontem à tarde será transmitido pela RTP em horário nobre, ainda durante o mês de Maio. Para José Fragoso, esta é uma boa ideia que pode ser reproduzida noutros bairros.
Para a Até o Fim do Mundo, a Cova da Moura é o palco ideal para uma série de ficção. Sara Gomes, a jornalista que conduziu os workshops, explica que ficaram muistas histórias por contar. Juntar essas ideias numa série pode ser uma proposta interessante e diferente do que se tem feito na ficção nacional.
Patrícia Jesus (Texto)
Rodrigo Cabrita (Fotos)
Fonte: Diário de Notícias
A Cova da Moura vista por dentro
25 de Janeiro de 2008, 18:44
A produtora «Até ao Fim do Mundo» lançou o desafio e os jovens da Cova da Moura agarraram-no. Diz-se que é um bairro perigoso, tumultuoso, à margem. Quem lá mora quis mostrar o contrário em 6 curtos documentários. A caminho está já uma série de ficção a ser rodada na Cova da Moura.
Bebucho não consegue falar sobre o seu documentário, está nervoso, envergonhado, suado, extasiado. O seu filme, a sua visão sobre a Cova da Moura vai passar num grande ecrã. A apresentação dos documentários que a produtora «Até ao Fim do Mundo» realizou em conjunto com moradores do bairro da periferia de Lisboa fez-se na Fnac do Colombo. «Quem vive na Cova da Moura sente que é um bairro olhado com preconceitos», afirma Godelieve Meersschaert, da Associação Cultural Moinho da Juventude.
A ideia era contrariar o cenário habitual e dar aos moradores a possibilidade de se expressarem. Depois de um workshop de cinema no Bairro, a produtora lançou o desafio e não faltaram inscrições. Seis grupos filmaram seis documentários (com cerca de 5 minutos cada ) e escolheram temas que queriam ver expostos: a relação da Polícia com os moradores («Outra Visão»), o abandono escolar («Não Larguem a Escola!»), o dia-a-dia das mães no bairro («Bom Dia!»), o futebol («Bola Ku Nós»), o hip-hop («Kova Hop(e)»), os ex-reclusos («De cabeça Erguida»). Sara Gomes, da produtora, referiu-se a todos os participantes como empenhados, criativos, interessados. Estiveram quase todos presentes na apresentação dos filmes e subiram ao palco para explicar o seu trabalho.
Eider foi um dos realizadores de «Bola Ku Nós», um documentário sobre a equipa de futsal do bairro e da espera de há 10 anos por um campo com condições para treinaram. «É fundamental a claque», explica Eider com a filha ao colo, «para subir o moral dos jogadores». Também a Cova da Moura precisa desse coro de apoio.«Não somos anjos, mas não queremos ser primeira página pelos piores motivos», diz Godelieve Meersschaer.
Bebucho quis filmar o amanhecer na Cova da Moura. As mães que saem de casa às 5 da manhã para entrar numa carrinha que diz «Limpezas». Os pais que vão para as obras. «Bom dia! Bom trabalho.» Bebucho também se levantou cedo para acompanhar o amanhecer dos outros. Quando lhe pedem para falar do bairro, os nervos são mais fortes. «Mas estás contente?», pergunta Sara Gomes. Bebucho não hesita: «Lógico, né?»
Polícia Vs Moradores
«Outra Visão» é o documentário de Lena Amaral e Paula Silva sobre a relação da PSP com os habitantes da Cova da Moura. Atiram-se acusações de ambos os lados. «Nós não somos monstros», dizem os moradores. «Não vejam a polícia somente como agente repressor», replicam os agentes. As jovens esforçaram-se para ver os dois lados de uma relação que já fez vítimas dos dois lados e conseguiram recolher depoimentos de agentes da polícia.
A produtora «Até ao Fim do Mundo» revelou entretanto que está neste momento a escrever uma série de ficção para ser rodada na Cova da Moura com moradores do bairro. Há ainda o desejo de ver estes seis documentários em registo DVD ou com passagem pela televisão.
Texto:Vera Moutinho
Fonte: Sapo Notícias
Excertos dos documentários
Anónimo diz
andar com uma camara na cova da moura era roubo certo.
o pais anda a defender os fracos de forma errada
Anónimo diz
XZXTSC HDF7FVTR 8UFRGGF8R VUERRGIV F8FI48VGF
Anónimo diz
oi o cerco,viso,arrentela,cova da moura,jamaica,largateiro,pasteleira,aleixo,6 de maio,santa filomena,casl da mira,casl ventoso,quinta do mocho. e da fonte…
Anónimo diz
Cova de moura,aleixo,grande lisboa,bela vista,armador,viso,arrentela,lagarteiro,pasteleira,cerco,quinta do mocho e lage.
São tudo bairros fixes!!!
Anónimo diz
cOvaaa daaa mOuraaa éé umaaa bOaaa zOnaaa!! nauu sOu deee la maSZ ESToU SEMPRE laa, As pessOas sãO mtuu divertidaS ;D éé um espetaculo fas nos lembrar aa nOssa TErra natal CabO verdeee ….
edna delgado diz
como tinha dito eu amo mt o meu bairro passaram anox, e voltei amorar la, sai do montijo as barracas sao melhr. e alem do mais to feliz no gueto porke la essiste alguem ke adoro. bjs
EU diz
To my people.
na vida aprendi que existe opurtunidade para todos mas muitas pessoas nao as vé.
o meu povo sofre por falta de conhecimento
flavia diz
amo e o meu bairro des de pekena
Miguel diz
oláaa gostava saber
onde posso ver o documentario todo
obrigado
EDna delgado diz
Haaaaaaaaaaam excexi-me de disser vosses tao mtmtmtmtmtmtmtmtmt foooooooooooooooofuuuuuuuuuuuuuuuxxxxxxxx
Edna delgado diz
eu amo o meu ex bairro a um ano que nao vo la mas um dia eu apareco. cova ta a evoluir loooooooooooooooooooooooooooooooooooooooool BJOX XD